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Soteropolitano Notícias

Maioria de candidatos de cidades baianas com óbitos por chuvas em 2021 ignora novos desastres naturais

Itamaraju durante chuvas de 2021/ Foto: Reprodução / Defesa Civil do Estado


Postulantes das cidades baianas que registraram mais de um óbito durante as enchentes do final de 2021 pouco ou nada trouxeram de propostas para enfrentar situações parecidas. No período [estendido até janeiro de 2022], 27 pessoas morreram no estado, 523 ficaram feridas e 30,3 mil desabrigadas. A análise tem como base o que foi divulgado pelos candidatos no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

A maioria das cidades fica no Sul e Extremo Sul do estado, região que costuma conviver com épocas chuvosas intensas em comparação ao restante da Bahia.

 

Município com o maior número de óbitos naquele período [quatro mortes], Itamaraju carece de mais propostas para enfrentar possíveis desastres naturais. Mesmo assim, os candidatos citam mais ações de prevenção do que nas outras cidades afetadas.  

 

Lá o candidato Jorge Almeida (PSDB), apoiado pelo prefeito Marcelo Angênica (PSDB), fala em implementar soluções para o manejo de águas pluviais provenientes de ladeira para evitar inundações e incentivar captação e reutilização de água da chuva.

 

Cássio Cocobongo (PSD) cita apenas uma vez a palavra encosta em uma ação específica para contenção na Rua Espírito Santo. Mateus Bonfim (PMB) pontua construção de barreiras próximas ao rio e uso racional da água da chuva. Já Luiz Mário (PSB) e Leo Lopes (PDT) nem chegam a trazer propostas.

Ainda no Extremo Sul, os postulantes de Jucuruçu — onde morreram três pessoas — não citam nada concreto sobre prevenção de enchentes, o que inclui o prefeito Lili (PSDB), que vai tentar se reeleger. A ex-prefeita Uberlândia (PSD) e Alessandro (Avante) também não apresentaram propostas sobre o tema.

 

Mais acima, em Ilhéus, no Sul, também registrou três mortes nas enchentes de 2021. Dos três candidatos, apenas Valderico Júnior (União) apresentou proposta para enfrentar problemas enfrentados pelas chuvas. O postulante denominou de Morro Seguro uma ação para mapear áreas de encostas e evitar deslizamentos com obras, além de realocação de população “das áreas de risco persistente”.

 

O candidato Bento Lima (PSD) apoiado pelo atual prefeito Mário Alexandre (PSD) e a ex-secretária estadual Adélia Pinheiro (PT) não mostraram propostas sobre o tema. A última não as informou no Divulgacand do TSE.

 

Vizinha a Ilhéus, Itabuna, cidade que registrou dois óbitos em decorrência das enchentes, chama a atenção que apenas uma candidata citou propostas sobre enfrentamento de desastres, como o de 2021. A iniciativa foi da Professora Cleonice Monteiro (Rede). Ela fala em “criar um espaço de defesa civil ou proteção civil para ações preventivas de socorro, assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os desastres naturais”.

 

Os outros postulantes não tocam no assunto. Casos do atual prefeito Augusto Castro (PSD), do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade), de Chico França (PL) e de Isaac Nery (PDT).

 

Em Prado, apenas o prefeito Gilvan da Silva Santos (PSD), candidato à reeleição, cita as enchentes de 2021 [além da de 2022] e diz que “visa implementar a construção de unidades habitacionais para a população residente em áreas de risco”. Liva Costa (PL) e Wilsinho Brito (PP) não citam propostas sobre o tema.

 

No Recôncavo, Amargosa registrou duas mortes nas chuvas de dezembro de 2021. Os quatro candidatos do município apresentaram propostas sobre o tema. Alvimar Camacam (Cidadania) pensa em gestão de esgoto para prevenir enchentes e estruturar a defesa civil. Bia Cintra (União) quer “implementar sistemas de drenagem urbana para prevenir alagamentos e inundações, especialmente em áreas de risco, realizar manutenção e limpeza regular das redes de drenagem”.

 

Getúlio Sampaio (PT) tentará “aprovar e implantar o Plano Municipal de Redução de Risco”, para “reduzir ou erradicar as situações de risco, o que inclui deslizamento de encostas e alagamentos”. Já Viviana Santana (PL) propõe “construir e reformar pontes e bueiros, garantindo a segurança e a fluidez do tráfego nas áreas rurais, especialmente durante o período de chuvas”.

 

Mais afastado, na região do Piemonte do Paraguaçu, Itaberaba registrou também dois óbitos durantes as chuvas. A proposta sobre enfrentamento a alagamentos é pouco citada. Apenas o ex-prefeito João Filho (PSD) chega a citar o tema com a expressão “prevenir enchentes e alagamentos”. Já David Anjos (Avante) não toca no assunto.

 

Ainda mais distante das áreas afetadas, São Félix do Coribe, no Sudoeste, registrou também dois óbitos nas chuvas intensas de 2021. No entanto, nenhum dos dois candidatos demonstrou interesse em prevenção de desastres naturais. O item não entrou nas propostas de Toni de Dalmir (PP) nem de Zenúbia (PSB).

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