O baixo índice de vacinação tem ligado o sinal de alerta das autoridades de saúde nos primeiros meses de 2023. Mesmo com a recente pandemia da Covid-19 que matou quase 800 mil pessoas no Brasil, parte expressiva da população ainda não completou o ciclo vacinal.
Na Bahia, desde janeiro de 2021 até o dia 15 de maio deste ano, haviam sido aplicadas cerca 1.166.551 doses de vacinas, número bem abaixo das mais de 5 milhões de doses estimadas, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).
Em entrevista ao Varelanet, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Vânia Rebouças, afirmou que a desestímulo promovido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) durante o pico da crise sanitária foi fator determinante para que a população recusasse as vacinas. Por outro lado, ela também afirma que, desde 2016, a meta de 95% de cobertura vacinal não é alcançada.
Vânia também considera que a falsa sensação de segurança tem prejudicado o trabalho das autoridades. "As vacinas têm sido vítimas do seu próprio sucesso. A falsa sensação de segurança da população tem provocado sim uma baixa adesão nas estratégias de vacinação em todo país", afirmou.
Diante do relaxamento dos brasileiros, a coordenadora faz um alerta: segundo ela, alguns vírus que já estão controlados podem ressurgir se a população relaxar no combate contra as doenças. "Então é importante a gente garantir a elevada cobertura vacinal para minimizar o risco de reaparecimento de doenças que já estão controladas e eliminadas no nosso território", afirma Vânia.
E faz um apelo principalmente aos adultos. "É importante a pessoa manter sua caderneta de vacinação atualizada. Não apenas a sua, mas também pelas pessoas pela qual ela é responsável. Incluindo crianças, pessoas com algum tipo de deficiência. É importante lembrar que há vacinas para todas as idades. Do mamando a caducando. Além de proteção do próprio indivíduo que está sendo vacinado, também há a garantia [de proteção] para as comunidades nas quais a pessoa está inserida", concluiu.
Campanha de conscientização e ampliação de cobertura
Em fevereiro deste ano, o governo da Bahia lançou uma campanha para estimular a população a se vacinarem e, ao mesmo tempo, aumentar a cobertura vacinal em todo o estado. A gestão disponibilizou recursos humanos e equipamentos para 43 munícipios com até 100 mil habitantes com as mais baixas coberturas vacinais. Um dos focos da iniciativa são crianças até um ano de idade que ainda não receberam imunizante para a poliomielite, a pentavalente, a pneumo 10 e a tríplice viral.
Em outra frente, também vem sendo promovidas ações de imunização nas escolas e disponibilização de carros para vacinação itinerante.
Preocupação nacional
Com a proximidade do inverno, o Ministério da Saúde decidiu liberar a vacina contra a gripe para toda a população acima de 6 meses, antes as doses estavam sendo aplicadas apenas em pessoas acima de 60 anos. A decisão foi anunciada por meio de nota na última sexta-feira (12).
"A orientação atende a pedido de estados e municípios, que podem usar as vacinas em estoque e adotar estratégias locais para operacionalizar a imunização, atendendo às realidades de cada região. Mais de 80 milhões de doses da vacina trivalente, produzidas pelo Instituto Butantan, foram distribuídas para todo o país. A meta é vacinar 90% da população”, destacou o órgão federal.
A pasta resolveu agir de forma rápida depois que 253 mortes por gripe foram confirmadas no Brasil em abril deste ano.
*Sob a supervisão do editor Alexandre Santos
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