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Soteropolitano Notícias

Vitória maiúscula de Bruno Reis impõe derrota histórica a base do governo em Salvador

André Carvalho/ Bahia Notícias


Era pedra cantada o favoritismo de Bruno Reis (União) na corrida eleitoral de Salvador. Bem avaliado, o prefeito da capital baiana não deu margem aos adversários ao consolidar a estratégia de apostar nos próprios trunfos para celebrar a vitória maiúscula — o maior percentual de votos da história recente de Salvador. Bruno ganhou motivos de sobra para comemorar e não apenas pelo resultado das urnas, mas pela perspectiva que se abre para ele e para o grupo político dele.

 

Foram mais de 1 milhão de votos. Quase 79% dos votos válidos dos eleitores soteropolitanos depositaram um voto de confiança de mais quatro anos de Bruno à frente do Executivo municipal. Esse percentual, acima do padrinho dele, ACM Neto, quando foi reeleito em 2016, mostra a robustez com que o prefeito conduziu a gestão e a própria política. Saiu como o grande nome do União Brasil no cenário nacional, ao garantir o segundo mandato consecutivo com uma votação extremamente expressiva. Caso queira, pode fazer sombra a ACM Neto. Todavia, até aqui, não deu sinais de que deve seguir esse caminho.

 

A vitória de Bruno Reis em Salvador e a consolidação do União Brasil em cidades estratégicas como Feira de Santana e Vitória da Conquista — ambas com vitórias em primeiro turno — exemplificam que a oposição ao governo da Bahia manteve o foco nas grandes cidades. A presença de Flávio no segundo turno contra Caetano (PT), ainda que tenha terminado em segundo lugar, mostra que o partido não está para brincadeira, com foco em 2026. Mesmo que ACM Neto tenha fingido não levar isso em consideração.

 

O vice-governador Geraldo Jr. (MDB) se tornou um peso morto para o governo. De uma candidatura com musculatura política para enfrentar Bruno, conforme prometido, o vice saiu bem menor do que entrou. Talvez ele seja o grande derrotado do pleito de 2024 na Bahia — e olha que tivemos prefeitos favoritos candidatos à reeleição derrotados. Após ser ungido como único representante da base de Jerônimo Rodrigues em Salvador, amargar a terceira colocação tornou-o o “patinho feio” ou uma criatura a se manter afastada.


Caso o foco do governo seja uma desculpa para defenestrá-lo da vice, a disputa neste domingo (6) caiu como uma luva. Geraldo Jr. é uma vítima da própria estratégia de se vender como algo muito maior do que se é. Por isso, não seria completamente fora de propósito vê-lo como um ser minúsculo politicamente — ainda que isso seja apenas momentaneamente. Como o perfil dele sempre foi gostar de holofotes, resta saber por quanto tempo ele ficará recluso (visto que foi incapaz de se pronunciar pessoalmente após a derrota). E, convenhamos, para preservar o mínimo de uma imagem pública respeitável, é esperado que ele reduza a hiper exposição a que se propôs.

 

Para além de Bruno Reis, outra figura que ganhou motivos de sobra para sorrir de orelha a orelha foi Kleber Rosa (PSOL). Obter mais votos que a máquina estadual e o vice-governador o cacifou como o legítimo representante da esquerda nas urnas, transformando-o no grande nome do PSOL na Bahia em 2024 (Jhonatas Monteiro foi o mais votado vereador em Feira e não ficou com a vaga). De quebra, Kleber ajudou a eleger, pela primeira vez, duas cadeiras na Câmara de Salvador, com Eliete Paraguaçu e Hamilton Assis. Ou seja, razões não faltam para o PSOL celebrar o resultado em Salvador.

 

Bruno Reis sai maiúsculo das urnas. Kleber Rosa cresceu muito. Geraldo Jr. sai diminuto. É um resumo simplista das eleições em Salvador.

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